terça-feira, 20 de março de 2012

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Parte 1

- É muito forte em nossa cultura uma postura passiva que aceita o "Deus quis assim, chegou a hora dele, o que eu tenho que passar ninguém passa por mim, etc". Como a interpretação espírita do Livre Arbítrio vê estas questões?

Jerri Almeida: Allan Kardec tratou dessa temática nas questões 963 e 964 de O Livro dos Espíritos. O Espiritismo não é reducionista, limitando-se a uma abordagem fatalista sobre os fatos da vida. Pelo contrário, esclarece, no seu amplo dinamismo doutrinário, que o ser humano é co-criador de seu próprio destino, alterando-o constantemente com suas ações e decisões. Logo, a assertiva do “Deus quis assim” nos parece, num primeiro momento, um discurso ancestral, associado a um confortável atavismo de linguagem de quem desconhece os mecanismos da vida e as nossas responsabilidades diante dela. Não significa, no entanto, que o Espiritismo afaste Deus das contingências existenciais, mas que atribui ao ser humano a responsabilidade sobre as ocorrências agradáveis ou desafiadoras que lhe cercam. Com base no livre arbítrio do espírito, associado à lei de ação e reação vinculada à reencarnação, somos capazes de compreender com melhor nitidez a Justiça. Logo, conforme informaram os espíritos a Kardec, na questão 964 de O Livro dos Espíritos, Deus não se preocupa com cada um de nossos atos, para nos repreender ou recompensar. Ele criou Leis que regem a dinâmica da vida, na sua expressão física e espiritual. Somos felizes quando nos firmamos nessas Leis e sofremos os resultados naturais quando delas nos afastamos.

- De que forma o entendimento sobre Livre Arbítrio pode ser usado como ferramenta para a construção de uma vida melhor, mais justa e coerente?

Jerri Almeida: É extraordinário sabermos que a felicidade é uma opção pessoal! Que está em nossas mãos a condução para uma vida mais plena de possibilidades, quando atentamos para os valores nobres da alma. O livre arbítrio é notável conquista da evolução do ser, que lhe permite, conforme o nível de consciência e maturidade alcançadas, fazer as opções, escolher caminhos, tomar decisões, sempre considerando o objetivo único da vida – o Bem – conforme asseveraram os benfeitores amigos na questão 860 de O Livro dos Espíritos.

(Entrevista concedida para a jornalista Simone Mattos da revista Ser Espírita - Curitiba/PR.)

Um comentário:

  1. Ola

    Gostaria que conhecesse meu blog espirita
    neusinhabrotto.blogspot.com
    Se achares bom, e quiser segui-lo agradeço

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