segunda-feira, 26 de março de 2012

Atos e Escolhas - Segue o Diálogo


- Pode comentar sobre o aumento da responsabilidade individual a partir do momento que passamos a compreender melhor o Livre Arbítrio?

Jerri Almeida: As Leis da Vida nos conduzem, inexoravelmente, para o desenvolvimento da “maturidade do senso moral”, conforme está posto em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, item 4. Somente a compreensão sobre o livre arbítrio não torna, necessariamente, o sujeito mais responsável. A compreensão está situada no nível intelectual. No campo da evolução espiritual, entretanto, as múltiplas experiências da vida, associadas ao esclarecimento é que contribuem, entre outros fatores, para o amadurecimento do espírito. E, quanto maior for o amadurecimento do ser, tanto mais será aplicada a responsabilidade no uso de seu livre arbítrio.  Para isso contribui o conhecimento espírita. Todavia, a natureza humana não se transforma de súbito. Certamente por isso, Allan Kardec, ponderou, na conclusão VII de O Livro dos Espíritos, que a ação das ideias espíritas não é idêntica, nem do mesmo grau, em todos os que as professam. Mas, no entanto, o conhecimento espírita, segundo ele, sempre estimulará, por mais fraca que seja sua ação, uma melhora no sujeito.

- De que forma o Livre Arbítrio possibilita fazermos no presente uma reflexão sobre o passado e planejamento para o futuro?

Jerri Almeida: Examinando nossa existência atual, com suas contingências, limites e possibilidades, poderemos deduzir um singelo panorama sobre nosso passado espiritual. Mas o passado não é, certamente, o núcleo mais importante desse processo. Cumpre direcionarmos o olhar para nossas ações atuais. O que estamos construindo na presente existência? Em certa parte de O Céu e o Inferno, das impressões que Kardec tira dos espíritos em condições felizes, afirma o dr. Vignal: “...e dos atos que é necessário cumprir para transpor o caminho da prova e merecer o mundo das recompensas.” Qual a maior recompensa que poderemos lograr, senão a da consciência tranquila? Mas para isso, é necessário “atuarmos”, direcionando nosso livre arbítrio no Bem, ordenando nossa vida, o máximo possível, aos preceitos apresentados por Jesus e resumidos na Lei do Amor. Desta forma, estaremos todos preparando um futuro melhor, não somente no nível individual, mas também no plano social.

- Fique à vontade para qualquer outro comentário sobre o assunto.

Jerri Almeida: Quando a menina Alice, da história “Alice no país da maravilhas”, chega à floresta desconhecida e após algumas horas de caminhada, avista próximo a um cruzamento, um tronco de árvore com setas indicando várias direções, ela sem saber que direção seguir, pergunta a um gato sorridente deitado na árvore, o caminho da saída. O gato lhe indaga: para aonde você quer ir? Para qualquer lugar, responde a menina. O felino, diante de tal constatação, lhe sugere: para quem não sabe aonde quer chegar, qualquer caminho serve!
A cultura atual contribuiu para liberar, ainda mais, os conteúdos egoísticos edificados nas estruturas mais profundas da alma humana.  No conjunto doutrinário do Espiritismo, está claro a necessidade do sujeito embrenhar-se na sua subjetividade, fazendo o caminho para dentro de si mesmo, conforme orientação de Santo Agostinho na Questão 919 de O Livro dos Espíritos. Dessa forma, munido de reflexão e de conhecimentos mais profundos sobre a vida, poderemos definir melhor nossos caminhos.

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