quinta-feira, 8 de setembro de 2011

UTOPIA

Para o humanista inglês Thomas Morus (1478-1535), a palavra utopia designava uma ilha imaginária que desprezava o ouro Filosoficamente, essa ilha representava o projeto de um mundo ideal em que a sabedoria e a felicidade do povo decorrem de um sistema social, legal e político perfeito, guiado pela razão.
A busca por uma relação de equilíbrio entre os direitos humanos, valores espirituais e valores materiais permeou diversas concepções filosóficas e religiosas de todos os tempos, muito embora, algumas visões preferissem adotar uma postura maniqueísta de privilegiar mais uns e desprezar os outros. Essas posturas dicotômicas rompiam com a relação de interdependência e interação existentes entre a matéria e o espírito, entre a forma e a essência.
As religiões passaram a desprezar a vida material e a caracterizá-la como pecaminosa ou impura. Agostinho, um dos mais importantes membros da Patrística – filosofia característica do inicio da Idade Média – ao iniciar a tarefa de sistematizar os dogmas da Igreja, considerava a vida material  terrivelmente pecaminosa e “impura” propondo o afastamento do mundo, através do isolamento nos mosteiros medievais.
Ao alvorecer do século XVIII na Europa, o pensamento Iluminista propunha uma releitura dos valores religiosos/dogmáticos, destacando-se daí, uma cultura laica voltada mais profundamente para “Mamon” [moeda, em aramaico] do que para Deus. Embora haver uma volta ao antropocentrismo em relação ao teocentrismo medieval, não logrou-se humanizar de forma desejável a Sociedade européia. Na França, a Revolução  de 1789 eleva ao poder a burguesia em contraposição ao Clero e a Nobreza, não obstante, as relações de conflito se manterem no seio daquela sociedade. Na Inglaterra, surge uma grande revolução nas relações humanas com o desenvolvimento da indústria moderna, ensejando – pelo egoísmo -  novas formas de exploração da pessoa humana.
Nesse contexto do século “das luzes”,  Voltaire – pensador iluminista do século XVIII – considerava a igreja totalmente desnecessária para chegar a Deus. Bastaria o homem levar uma vida digna para lograr esse mister. No entanto, as forças humanas se fragilizavam tornando o indivíduo uma presa fácil do materialismo. Era necessário uma proposta nova, um modelo explicativo da vida que pudesse abranger os múltiplos setores do pensamento humano, estabelecendo uma conexão entre o pensamento racionalista  e empirista existente, com os valores espirituais ausentes, ou mesmo distantes, das relações humanas.
No século XIX  novas perspectivas surgem para estimular e orientar o homem na edificação de um mundo melhor. Na cidade-luz: Paris, surgiria uma obra igualmente revolucionária na área da filosofia, mas que teria abrangência igualmente na área da psicologia, da sociologia, da moral e do relacionamento humano como um todo: “O Livro dos Espíritos”. Essa obra notável, surgia como resultado das sólidas investigações no laboratório da mediunidade. Allan Kardec, homem profundamente racional mas, não menos sensível,  através de sua formação cultural, utiliza-se do pensamento lógico-racional-dedutivo, aplicando, da mesma forma, as técnicas de experimentação disponíveis à época,  chega a demonstração da imortalidade da alma, desvelando, por sua vez, um universo fantástico que encobria a realidade humana.
O espiritismo, no entanto, não surge como uma Doutrina salvacionista. Ao articular a essência do pensamento cristão com as conquistas do pensamento racional aplicadas às revelações dos espíritos, a Doutrina Espírita apresenta-se como notável síntese do pensamento universal. Mas o espiritismo não mudará o mundo! Contudo, instrumentaliza e motiva aqueles que o conhecem, para operar essa mudança. Isso nos dá a responsabilide de sermos agentes transformadores do próprio meio, justamente, pelo aperfeiçoamento de nossas estruturas íntimas.
Para o espiritismo, “um mundo melhor” não é uma  utopia no sentido pejorativo (projeto irrealizável), mas sim no seu sentido filosófico, isto é, uma possibilidade factível.  Nesse momento, em que milhões de criaturas, no mundo inteiro, buscam alternativas para humanizar as relações sociais na edificação de um mundo mais justo e solidário, o espiritismo é um poderoso aliado, restaurando a mensagem sublime do Amor proposta no cristianismo inicial.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

SEMINÁRIO SOBRE CONVIVÊNCIA EM SAPIRANGA

Numa bela tarde de sol, estivemos no último sábado, 03 de setembro, a convite do DECOM da UME Sapiranga, desenvolvendo um Seminário sobre A Convivência na Casa Espírita. Com um público muito receptivo e afetuoso, sentimo-nos muito bem acolhidos na S. E. Ciranda de Luz, para mais esse evento. Registramos nosso preito de gratidão aos confrades promotores do evento.



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