No ano de 1964, André Luiz ditou uma série de interessantes apontamentos sobre a vida conjugal, o que denominou de “Pontos essenciais para os cônjuges”. É bom lembrar que esse ano de 64 fez parte de um contexto histórico contestatório, tanto na América como na Europa. Os “anos rebeldes” buscavam desconstruir o conservadorismo das instituições, inclusive, da família. Nesse momento, André Luiz, médico e estudioso do comportamento humano, apresenta algumas ideias que buscam “dissipar as névoas da ilusão”, para que a “alma se renove e caminhe adiante”. Não se trata, obviamente, de “fórmulas prontas”, mas de considerações de alto valor psicológico para a vida conjugal. Por isso, resolvemos citá-los em destaque, buscando refletir sobre a atualidade de seu conteúdo.
Reconhecer que o outro é um espírito por si,
com ideais e tendências diversas.
Cada indivíduo é um ser singular. A própria palavra “indivíduo” significa: aquele que não pode ser dividido. Muitos cônjuges olham para o outro como se ele fosse uma extensão dos seus desejos. Desconsideram ou ignoram que o outro é um ser que possui uma ancestralidade, um histórico espiritual de vivências, de conquistas e de limites e, portanto, com “ideias e tendências” que hoje fazem parte dessa realidade profunda. O casamento deve compatibilizar as dimensões do “eu” e do “nós”, ou seja, amar não significar anular a subjetividade do outro.
O fator da transmissão familiar de costumes, valores e tradições, chamado em psicologia de transgeracional, pode ser considerado um importante elemento na estruturação da personalidade do espírito reencarnado, no sentido de formar sua visão de mundo e sua cultura atual. Portanto, na singularidade de cada sujeito, estão fatores espirituais e culturais conquistados no passado e no presente. Cada pessoa é um universo particular, com suas potencialidades e com seus limites.
Na próxima postagem estaremos destacando outros aspectos, conforme consta em nosso livro: FAMÍLIA Frente & Verso - Um olhar a quatro mãos sobre as relações. Porto Alegre: Ed. Francisco Spinelli, 2009.
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
domingo, 7 de novembro de 2010
UM PROFESSOR DE VIDA
O universo dos desafios humanos, muitas vezes, parece ilimitado. Histórias de vida, lições que expressam as experiências de quem enfrentou o que ninguém desejaria passar, e soube fazê-lo com proveito, não somente para si, mas com projeção para a humanidade. É o caso do professor Morrie Schwartz, cuja história foi contada por um de seus ex-alunos, Mitch Albom, em seu livro: A última Grande Lição.[i]
Morrie, conforme Solman[ii], filho de imigrantes judeus-russos, nasceu na cidade de Chicago, nos EUA, e foi criado em um gueto em Nova York. Sua mãe falecera quando ele ainda contava 8 anos de idade, causando-lhe um profundo impacto emocional, ficando sob os cuidados de sua amorosa madrasta. Estudou em um colégio público e acabou fazendo sociologia na Universidade de Chicago. Passou, paralelamente, a trabalhar em um hospital psiquiátrico, observando o relacionamento dos funcionários com os doentes atormentados.
De seus estudos resultou, em parceria com um colega, o livro O Hospital Psiquiátrico, obra clássica da Psicologia Social. Morrie era casado e teve dois filhos. Em 1994, tomou conhecimento que era portador de uma doença, conhecida pela sigla ELA, que destrói a capacidade dos nervos de mandar sinais aos músculos. Com isso, os músculos param de funcionar e atrofiam. No caso de Morrie, esse processo degenerativo iniciou pelas pernas.
Quantos questionamentos lhe passaram pela mente! Morrie conta que assumiu a firme resolução de reunir suas forcas para enfrentar o problema, esforçando-se ao máximo, para viver com serenidade. Na medida em que a doença avançava, suas funções orgânicas iam ficando cada vez mais obstaculizadas. Mas, apesar disso, ele continuava sendo um homem cheio de vida. Em 1995, sendo entrevistado por um programa de televisão, aproveitava para falar sobre a importância da vida, na verdade, de aprendermos a viver bem. Sua mensagem era carregada de estímulo, sabedoria e jovialidade, não se permitindo desanimar diante dos testemunhos da jornada.
Conforme anotou Solman: “Quando chegou aos 70 anos, Morrie embarcou na última etapa do caminho.” Passou a meditar, distanciando-se de si mesmo, ampliando o seu universo interior. Ensinava que era preciso estar aberto para a experiência da felicidade, em qualquer situação que estivermos enfrentando, desde as mais triviais, até as mais importantes.
[i] ALBOM, Mitch. A Última Grande Lição. O Sentido da Vida.22ª ed. Rio de Janeiro: Sextante, 1998.
[ii] SCHWARTZ, Morrie. Lições sobre Amar e Viver. 2ª ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2005.
Do Livro: O DESAFIO DA FELICIDADE - Em um mundo em transformação - Jerri Almeida
Morrie, conforme Solman[ii], filho de imigrantes judeus-russos, nasceu na cidade de Chicago, nos EUA, e foi criado em um gueto em Nova York. Sua mãe falecera quando ele ainda contava 8 anos de idade, causando-lhe um profundo impacto emocional, ficando sob os cuidados de sua amorosa madrasta. Estudou em um colégio público e acabou fazendo sociologia na Universidade de Chicago. Passou, paralelamente, a trabalhar em um hospital psiquiátrico, observando o relacionamento dos funcionários com os doentes atormentados.
De seus estudos resultou, em parceria com um colega, o livro O Hospital Psiquiátrico, obra clássica da Psicologia Social. Morrie era casado e teve dois filhos. Em 1994, tomou conhecimento que era portador de uma doença, conhecida pela sigla ELA, que destrói a capacidade dos nervos de mandar sinais aos músculos. Com isso, os músculos param de funcionar e atrofiam. No caso de Morrie, esse processo degenerativo iniciou pelas pernas.
Quantos questionamentos lhe passaram pela mente! Morrie conta que assumiu a firme resolução de reunir suas forcas para enfrentar o problema, esforçando-se ao máximo, para viver com serenidade. Na medida em que a doença avançava, suas funções orgânicas iam ficando cada vez mais obstaculizadas. Mas, apesar disso, ele continuava sendo um homem cheio de vida. Em 1995, sendo entrevistado por um programa de televisão, aproveitava para falar sobre a importância da vida, na verdade, de aprendermos a viver bem. Sua mensagem era carregada de estímulo, sabedoria e jovialidade, não se permitindo desanimar diante dos testemunhos da jornada.
Conforme anotou Solman: “Quando chegou aos 70 anos, Morrie embarcou na última etapa do caminho.” Passou a meditar, distanciando-se de si mesmo, ampliando o seu universo interior. Ensinava que era preciso estar aberto para a experiência da felicidade, em qualquer situação que estivermos enfrentando, desde as mais triviais, até as mais importantes.
[i] ALBOM, Mitch. A Última Grande Lição. O Sentido da Vida.22ª ed. Rio de Janeiro: Sextante, 1998.
[ii] SCHWARTZ, Morrie. Lições sobre Amar e Viver. 2ª ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2005.
Do Livro: O DESAFIO DA FELICIDADE - Em um mundo em transformação - Jerri Almeida
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