sexta-feira, 22 de julho de 2011

REFLEXOS DA PÓS-MODERNIDADE

O Pós-Segunda Guerra Mundial gerou não somente uma mudança na geopolítica internacional com o advento da Guerra-Fria, mas, igualmente, ensejou uma nova dinâmica no âmbito das relações humanas, estruturada sob a égide de uma sociedade tecnológica. Essa sociedade do pós-guerra,  que propôs rupturas com a idéia de totalidade ou universalidade de valores – no mundo Ocidental – é,  genericamente, denominada pós-moderna ou pós-industrial.  Enquanto a  Modernidade foi representada pela sociedade industrial que valorizava a disciplina, o controle, a estabilidade... a pós-modernidade caracteriza-se, justamente, pelo princípio da incerteza, insegurança e da relatividade. 
Na modernidade, a vida individual e coletiva era pensada a partir da idéia de um tempo linear, isto é, o passado servia de experiência para ordenar o presente e, tudo aquilo que não se lograva conquistar no presente, projetava-se em aspirações e expectativas para o futuro, ou seja, construía-se um projeto, uma meta e buscava-se persegui-la.
Em oposição a este quadro, a pós-modernidade caracteriza-se, entre outras coisas, pela ruptura com esse tempo linear: passado, presente e futuro. Fixando-se essencialmente no presente através do desejo de viver intensamente o momento. A procura pelo prazer imediato, a valorização extrema da imagem sobre a realidade, a cultura do consumo, o individualismo e a competição, ao invés de gerarem felicidade, têm construído painéis  de solidão, medo e vazio existencial.
Transitamos de uma sociedade repressiva, em todos os níveis (governos ditatoriais, família patriarcal, escola autoritária, fábricas opressoras...daí o rompimento com a idéia de “totalitarismo”, também vinculado à noção dos valores) e, no ímpeto por liberdade, adentramos num modelo de sociedade diametralmente oposta, onde tudo passou a ser permitido. Confundiu-se liberdade com libertinagem e acabamos no dilema shakespeareano do “ser ou não ser”.
Na arte, principalmente no cinema, temos a expressividade desses novos paradigmas. O Exterminador do Futuro e O Caçador de Andróides, entre tantos outros, passam-se num mundo técnico com novas regras de trabalho e ambiente biotecnológicos. Temos, portanto, o retrato da percepção caótica do espaço-tempo ou a arte do fantástico e do hiper-real.
Não há dúvidas que a família, nesse complexo processo sociológico da pós-modernidade, sofreu mudanças organizacionais e, mesmo, estruturais. A visão de uma família nuclear, por exemplo, já não pode ser vista como um modelo familiar exclusivista. Todavia, a família – com seus acertos e desacertos – continua sendo a pedra angular da sociedade humana.
O Espiritismo, em sua ampla e profunda análise sociológica, postula a relevância dos laços familiares na construção da espiritualidade humana. A família, portanto, é um valor universal no processo de aprimoramento dos indivíduos e das sociedades, cuja recrudescência, seria um “retorno ao egoísmo”, em sua expressão mais ancestral. 
Os dilemas da vida pós-moderna projetam no seio da família múltiplas turbulências na área dos valores e dos relacionamentos. Na agitação da vida hodierna, muitos pais  preocupam-se unicamente em amparar materialmente seus filhos, negligenciando, muitas vezes, a educação moral-espiritual, formadora do homem de bem. A criança socializa-se muito cedo nas creches e dispensa outras longas horas na frente de um televisor, com mensagens consumistas, agressivas e sensuais. A ausência do diálogo construtivo e orientador, na intimidade doméstica, substituído pelas conversações estéreis e negativistas, colaboram para a modelagem de um quadro sócio-educacional-familiar  muito delicado, exigindo imperiosa revisão. 
Assim como muitas instituições educacionais, a família, mergulhada em seus dilemas, parece ter  perdido a noção e o sentido da educação profunda que lhe cumpre ministrar às novas gerações. Todos nós somos co-responsáveis na edificação de uma sociedade mais equânime e verdadeiramente cristã.  Estamos convencidos que essa sociedade deve iniciar dentro dos lares, tendo por fio condutor uma boa educação. Essa educação deve iniciar – fundamentalmente – no período gestacional. Nessa fase, os pais gestantes e o espírito reencarnante estão profundamente vinculados afetiva e psiquicamente. Os pensamentos de equilíbrio, carinho, positividade dos  genitores tenderão a ser absorvidos pelo filho-espírito, sensibilizando-o para a atual existência.

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