sexta-feira, 12 de outubro de 2012

ESPIRITUALIDADE


Jerri Ameida

Para muitos, “espiritualidade” é a vida no mundo espiritual. Todavia, não é esse o sentido que desejamos atribuir à palavra. Diante da incompletude humana o termo “espiritualidade” refere-se a um processo de mudança interior. Mas não é qualquer mudança! Trata-se de um melhoramento dos sentimentos humanos, um alargamento dos potenciais capazes de tornar os indivíduos mais sensíveis ao bem e ao amor.
O tema está associado à forma como o ser humano poderá administrar seus estados mentais, na manutenção do equilíbrio psicológico e emocional, decorrentes de uma convicção de que podemos ser melhores. A mudança é fruto dessa convicção pessoal. Espiritualidade é, portanto, tudo aquilo que   desenvolvemos internamente, que nos completa o espírito e nos permite paz na alma.   Significa, portanto, afirmarmos que espiritualidade refere-se a um aprimoramento dos conteúdos de natureza subjetiva do sujeito.
A piedade, ao invés da cólera, a indulgência, ao invés da intemperança, pois o progresso individual, como alertou Kardec, não consiste somente no desenvolvimento da inteligência, na aquisição de alguns conhecimentos sobre a vida no mundo espiritual. Para o Espiritismo, o progresso consiste, principalmente, no melhoramento moral, no progresso que nos conduz sempre ao bem.
Pessoas espiritualizadas são aquelas que, entre outras coisas, aprenderam a administrar a sede de consumo, a febre da ambição, a inveja, o ciúme, o orgulho, o egoísmo e a intolerância, tornando-se referenciais de benevolência e de equilíbrio espiritual. A conquista da espiritualidade, indica Kardec, é também a conquista da calma.
A espiritualidade é construída não no isolamento pessoal, mas no intercâmbio da vida relacional. Não devemos ignorar que estamos em contato com o Espiritismo, justamente, para esse fim precípuo. O homem elevado intelectualmente, poderá ainda fazer muito mal, mas o que é elevado moralmente, apesar de não ter atingido as culminâncias evolutivas, estará compromissado com a prática do bem. O progresso pessoal tem um fim, uma utilidade efetiva, com reflexos na vida social. Por isso, asseverou Kardec, em Obras Póstumas, ao escrever sobre o Credo Espírita: “Vivam os homens animados destes sentimentos e serão tão felizes quanto se pode na Terra.”

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