quinta-feira, 4 de agosto de 2011

PAIS E MÂES BEM RESOLVIDOS


Os pais, mesmo que sintam dificuldades no desempenho de seus papéis, são responsáveis diretos por seus filhos, pelas decisões que assumem ou que deixam de assumir no território da proteção e da educação profunda. Por educação profunda, compreendemos não somente a ação de “formatar” hábitos básicos, embora importantes, como: “arrumar a cama ao levantar”, mas associamos, nesse conceito, todos os esforços dos pais para o desenvolvimento pleno de seus filhos, sobretudo, como cultivadores do amor e de espiritualidade.
Pesquisas apontam que o relaxamento com os laços familiares gera doenças e promove insegurança afetiva. A constatação é da cientista da Universidade da Califórnia (EUA), Rena Repetti, após reunir mais de 500 estudos sobre a relação entre família e saúde. A pesquisadora constatou que “crianças que crescem num ambiente de acolhimento e segurança emocional, em geral, são providas de maior senso de integração social e mais capazes de regular o próprio comportamento para manter a saúde do corpo e da mente...”.
As pesquisas comprovaram que: “viver em famílias cujo cotidiano é marcado por episódios de raiva e agressões tornam crianças, adolescentes e adultos vulneráveis a uma ampla gama de males físicos e mentais.” Uma família bem resolvida é aquela onde se administra positivamente os desafios cotidianos e os problemas são enfrentados com diálogo e responsabilidade, conforme os papéis assumidos. Dessa forma, as relações familiares, quando bem conduzidas, diminuem ou anulam os comportamentos de riscos como o caso da dependência química de remédios e demais drogas. 
Sabemos, à luz do Espiritismo, que o Ser espiritual renasce no corpo físico, muitas vezes, com certas predisposições para determinados comportamentos, seja no que tange ao uso de substâncias causadoras de dependências, ou a certas tendências de rebeldia e agressividade. Muitas vezes, esses componentes estão todos misturados na herança profunda, de si mesmo, que o espírito traz para a existência atual.
Fala-se tanto em educação dos filhos e, ao que parece, os responsáveis pela ação educativa – que nem sempre são os pais, como no caso do neto que mora somente com os avós – permanecem confusos sobre o que seja realmente educar. Percebe-se uma perda dos referenciais de valores, ao mesmo tempo em que  muitos se deixam levar pelo relativismo e pela permissividade.
O papel dos pais é fundamental na construção de uma identidade familiar, pois essa identidade se forma através do compartilhar das afinidades e das responsabilidades, tanto nos momentos de lazer em conjunto, como naqueles em que se demonstra cuidado, incentivo, fidelidade e acolhimento.
A ideia de identidade familiar está, essencialmente, relacionada com a questão dos vínculos e com a convivência. A forma como o casal edifica essas relações e os valores que imprimem no lar colaboram para criar uma imagem sobre a própria família. Para os filhos, poderá ser uma representação positiva de acolhimento e orientação, ou negativa, de indiferença e frieza emocional. No primeiro caso, teremos uma imagem da família que irá fortalecer a sua identidade, enquanto no segundo caso, haverá um distanciamento da noção de identidade, pois os vínculos e os relacionamentos serão superficiais.
Muitos casais e muitos pais parecem, na atualidade, viverem o dilema de Alice: não sabem aonde querem chegar. Num mundo onde os valores se fragmentam, muitos questionam a própria identidade da família. Pais perdidos e sem referenciais, não sabem que caminho adotar na educação de seus filhos, Veem-se no dilema ou na ambivalência cultural que ora preconiza a imposição de limites, e ora defende a autonomia, a liberdade.
Os vínculos, geradores de segurança emocional podem ser fortalecidos através do compartilhar das afinidades e das responsabilidades, tanto nos momentos de lazer em conjunto, como naqueles em que se demonstra: cuidado, zelo, incentivo, fidelidade, compreensão..., quer na relação conjugal como entre pais e filhos, sem castrações e sem permissividades.

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