domingo, 27 de março de 2011

Os gregos e a morte: Mito e Razão


 Os Gregos buscaram, inicialmente, explicar ou representar a realidade através do mito. Aproximadamente entre os séculos XII e IX a.C.,  o pensamento grego encontro na faculdade mitogênica os modelos explicativos para a vida e a morte. O que desafiava o homem a produzir os mitos? O mistério. Nesse sentido se estrutura uma visão de mundo dualista, onde o físico se explica pelo transcendente e a busca pelo significado das coisas se processa pela imaginação.
Os mitos foram, sem dúvida, os modelos explicativos possíveis ao longo de diversas culturas e civilizações. Entretanto, não podemos vê-los como simples fantasias ou delírios da imaginação, pelo contrário, neles vemos toda uma forma de explicação simbólica da vida que, atualmente, encontra valiosos instrumentos interpretativos, por parte das ciências psicológicas.
Na mitologia grega, Tanatos é o deus da morte, filho de Érebo e da Noite que o criou sozinha, gêmeo de Hipnos, deus do sono. Daí a relação estreita entre a morte e o sono / o morrer e o dormir. Tanatos era representado como um homem alado, portando uma tocha apagada. Evidentemente não deveria ser um deus muito apreciado, provavelmente,  vivia na solidão, rejeitado pelos seres humanos em seu intento infame.
A filosofia grega tem seu nascimento entre os séculos VII e VI a C.   não significou, contudo, uma ruptura total com o pensamento mítico, mas pode-se dizer que houve um amadurecimento na forma do pensar. O discurso filosófico busca um saber racional, construído em boa argumentação. 
Com Pitágoras (570-496 a.C.) a morte é vista como a libertação da alma que, encerrada no corpo, cumpre um processo de aperfeiçoamento através de várias migrações em busca de uma vivência ética perfeita. Pitágoras e os pitagóricos contribuíram para o surgimento do conceito de imortalidade da alma individual e da transmigração desta, de um corpo para outro. Nesse momento não pretendemos fazer uma análise da concepção de alma e corpo para os gregos, assunto que reservamos um capítulo específico desse livro, mas nos interessa, objetivamente,  considerarmos que as diversas filosofias surgidas na Grécia, trataram do problema da vida e da morte.
 As filosofias dualistas (orfismo, pitagóricos, platonismo, Socráticos...) consideravam, de forma geral, a morte não como o fim da vida do ser, mas o término de um ciclo existencial onde o físico somente se explica pelo extrafísico, supra-sensível, transcendente.

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