quarta-feira, 23 de novembro de 2011
domingo, 20 de novembro de 2011
“Eu vi a cara da morte!”
Em 1972, quando ingressou na faculdade de medicina, o Dr. Raymond A. Moody Jr., já havia coletado um número significativo de relatos de pessoas que estiveram entre a fronteira da vida com a morte. Essas experiências – cerca de 150 casos – coletadas e investigadas pelo Dr. Moody, deram origem à denominação E.Q.M., ou Experiências de Quase Morte, cujos relatos foram catalogados em três situações distintas:
1) pessoas que foram ressuscitada depois de terem sido declaradas ou consideradas mortas pelos seus médicos;
2) pessoas que, no decorrer de acidentes ou doenças ou ferimentos graves, estiveram muito próximas da morte;
3) pessoas que, enquanto morriam, contaram a outras pessoas que estavam presentes o conteúdo de suas experiências naquele momento.
No geral, as pessoas que vivenciaram essas experiências desenvolveram um sentido de maior valorização pela vida, compreendendo-a não mais limitada a existência material.
A revista “Isto é”, do dia 15 de julho/1998, traz em sua reportagem de capa: “Eu vi a cara da morte”, relatos sobre a experiência de quase morte no Brasil. Dentre os vários casos citados, encontramos o da radialista paulista Maria Aparecida Cavalcante, de 42 anos. Cida, como é conhecida, “(...) teve uma crise de apendicite e foi operada às pressas. ‘Foi tão vivo, tão forte. Não tinha dúvidas de que era verdade.’ Ela conta ter ouvido sua sentença de morte da boca dos médicos. ‘(...) tentei abrir os olhos e tocar na enfermeira. Minha mão atravessou o braço dela. (...) Eles colocaram o meu corpo numa maca e me levaram para a UTI, de repente (...) saí voando pelo corredor. Quando entrei na UTI, vi tudo branco e apaguei.’ Recuperada, ela diz que perdeu o medo de morrer.”
Quais são os objetivos dessas experiências? Podemos analisar sob duas angulações: primeiro, pelo aspecto social, a E.Q.M. visa oferecer comprovações plausíveis da imortalidade da alma. Segundo, pelo aspecto individual, a E.Q.M. oportuniza uma profunda análise consciencial, ensejando uma revisão de hábitos e valores pessoais. Vejamos o caso de Cida: “Sou uma pessoa mais tranqüila e muito mais ética. Isso aqui é um laboratório. Temos que fazer o bem.”
Em “Vida Depois da Vida”, uma pessoa relata: “Desde então, tem sido uma constante na minha mente o que fiz da minha vida, e o que fazer da minha vida. (...) Tento fazer coisas que tenham maior significado, e isso faz com que a minha mente e a minha alma se sintam melhor. Tento não ser parcial e não julgar as pessoas. Quero fazer coisas que sejam boas, e não coisas que sejam boas só para mim. E parece que a compreensão que tenho das coisa é muito melhor. Sinto-me assim por causa dos lugares aonde fui e das coisas que vi nessa experiência.”
Outra pessoa declara: “De certo modo foi uma bênção, porque antes daquele ataque do coração eu estava tão ocupado em planejar o futuro dos filhos, e em me preocupar com o dia de ontem, que estava perdendo as alegrias do presente. Agora tenho uma atitude muito diferente.”
Interessantes relatos mencionaram uma nova forma de se relacionar consigo: “Na ocasião eu fiquei consciente da minha mente mais do que do meu corpo físico. A mente era a parte mais importante, em vez da forma do corpo. E, antes, toda a minha vida tinha sido exatamente o inverso. O corpo era o interesse principal, (...). Mas, depois que aquilo aconteceu, minha mente ficou sendo o principal ponto de atração, e o corpo (...) não mais do que algo que servia de embalagem para a mente.” Sim, o corpo é uma “embalagem do espirito”, mas é bom mantermos a coerência não adotando – com ele – posturas arbitrárias de desprezo ou endeusamento.
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