domingo, 7 de novembro de 2010

UM PROFESSOR DE VIDA

O universo dos desafios humanos, muitas vezes, parece ilimitado. Histórias de vida, lições que expressam as experiências de quem enfrentou o que ninguém desejaria passar, e soube fazê-lo com proveito, não somente para si, mas com projeção para a humanidade. É o caso do professor Morrie Schwartz, cuja história foi contada por um de seus ex-alunos, Mitch Albom, em seu livro: A última Grande Lição.[i]

Morrie, conforme Solman[ii], filho de imigrantes judeus-russos, nasceu na cidade de Chicago, nos EUA, e foi criado em um gueto em Nova York. Sua mãe falecera quando ele ainda contava 8 anos de idade, causando-lhe um profundo impacto emocional, ficando sob os cuidados de sua amorosa madrasta. Estudou em um colégio público e acabou fazendo sociologia na Universidade de Chicago. Passou, paralelamente, a trabalhar em um hospital psiquiátrico, observando o relacionamento dos funcionários com os doentes atormentados.

De seus estudos resultou, em parceria com um colega, o livro O Hospital Psiquiátrico, obra clássica da Psicologia Social. Morrie era casado e teve dois filhos. Em 1994, tomou conhecimento que era portador de uma doença, conhecida pela sigla ELA, que destrói a capacidade dos nervos de mandar sinais aos músculos. Com isso, os músculos param de funcionar e atrofiam. No caso de Morrie, esse processo degenerativo iniciou pelas pernas.

Quantos questionamentos lhe passaram pela mente! Morrie conta que assumiu a firme resolução de reunir suas forcas para enfrentar o problema, esforçando-se ao máximo, para viver com serenidade. Na medida em que a doença avançava, suas funções orgânicas iam ficando cada vez mais obstaculizadas. Mas, apesar disso, ele continuava sendo um homem cheio de vida. Em 1995, sendo entrevistado por um programa de televisão, aproveitava para falar sobre a importância da vida, na verdade, de aprendermos a viver bem. Sua mensagem era carregada de estímulo, sabedoria e jovialidade, não se permitindo desanimar diante dos testemunhos da jornada.

Conforme anotou Solman: “Quando chegou aos 70 anos, Morrie embarcou na última etapa do caminho.” Passou a meditar, distanciando-se de si mesmo, ampliando o seu universo interior. Ensinava que era preciso estar aberto para a experiência da felicidade, em qualquer situação que estivermos enfrentando, desde as mais triviais, até as mais importantes.


[i] ALBOM, Mitch. A Última Grande Lição. O Sentido da Vida.22ª ed. Rio de Janeiro: Sextante, 1998.

[ii] SCHWARTZ, Morrie. Lições sobre Amar e Viver. 2ª ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2005.

Do Livro: O DESAFIO DA FELICIDADE - Em um mundo em transformação - Jerri Almeida

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