“A fé cega é o pior de todos os princípios!
Crer com fervor num dogma qualquer, quando a sã razão se recusa a aceitá-lo
como uma verdade, é fazer ato de nulidade e privar-se voluntariamente do mais
belo de todos os dons que nos concedeu O Criador; é renunciar à liberdade de
julgar, ao livre-arbítrio que deve presidir a todas as coisas na medida da
justiça e da razão. (...) Comecei dizendo que a fé cega era perniciosa; mas nem
sempre se deve rejeitar como essencialmente mau tudo quanto parece manchado de
abuso, composto de erros e, sobretudo, inventado à vontade, para a glória dos
orgulhosos e benefício dos interessados. (...) Não aceiteis senão o que vos
pareça racional e lógico; mas não vos esqueçais de que as coisas velhas tiveram
a sua juventude e que o que ensinais hoje se tornará velho por sua vez. Crede
que em cada época Deus alarga os horizontes dos conhecimentos, em razão do desenvolvimento
intelectual da Humanidade.”
Lacordaire. (Paris,
Grupo Delanne, 4 de fevereiro de 1867 – Médium: Sr. Morin). Respeito Devido às
crenças passadas. Revista Espírita. Março de 1857. P. 134-135. FEB.
“É cega a fé religiosa
que anula a razão e se submete ao juizo dos outros, que aceita um corpo de
doutrina verdadeiro ou falso, e dele se torna totalmente cativa. Na sua
Impaciência e nos seus excessos, a fé cega recorre facilmente à perfídia, à
subjugação, conduzindo ao fanatismo. Ainda sob este aspecto, é a fé um poderoso
incentivo, pois tem ensinado os homens a se humilharem e a sofrerem. Pervertida
pelo espírito de domínio, tem sido a causa de muitos crimes, mas, em suas
conseqüências funestas, também deixa transparecer suas grandes vantagens.”
Léon
Denis. Depois da Morte. Fé,
Esperanças e Consolações. P. 159
“A fé cega já não é deste século, tanto assim que
precisamente o dogma da fé cega é que produz hoje o maior número dos
incrédulos, porque ela pretende impor-se, exigindo a abdicação de uma das mais
preciosas prerrogativas do homem: o raciocínio e o livre-arbítrio. É
principalmente contra essa fé que se levanta o incrédulo, e dela é que se pode,
com verdade, dizer que não se prescreve. Não admitindo provas, ela deixa no
espírito alguma coisa de vago, que dá nascimento à dúvida.”
O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 19, item
7
“Em vez da fé cega, que anula a liberdade
de pensar, ele diz: Fé inabalável só o é a que pode encarar face a face a razão, em todas as épocas da Humanidade.
À fé, uma base se faz necessária e essa base é a inteligência perfeita daquilo em que se tem de
crer. Para crer, não basta ver,
é preciso, sobretudo, compreender. A fé cega já não é para este século. É precisamente ao dogma
da fé cega que se deve o ser hoje tão grande o número de incrédulos, porque ela quer impor-se e
exige a abolição de uma das
mais preciosas faculdades do homem: o raciocínio e o livre-arbítrio.”
Biografia
de Allan Kardec. Revista Espírita.
Maio de 1869. P. 190. FEB.
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