Jerri Ameida
Para muitos, “espiritualidade” é a vida
no mundo espiritual. Todavia, não é esse o sentido que desejamos atribuir à
palavra. Diante da incompletude humana o termo “espiritualidade” refere-se a um
processo de mudança interior. Mas não é qualquer mudança! Trata-se de um
melhoramento dos sentimentos humanos, um alargamento dos potenciais capazes de
tornar os indivíduos mais sensíveis ao bem e ao amor.
O tema está associado à forma como o
ser humano poderá administrar seus estados mentais, na manutenção do equilíbrio
psicológico e emocional, decorrentes de uma convicção de que podemos ser
melhores. A mudança é fruto dessa convicção pessoal. Espiritualidade é,
portanto, tudo aquilo que desenvolvemos
internamente, que nos completa o espírito e nos permite paz na alma. Significa, portanto, afirmarmos que
espiritualidade refere-se a um aprimoramento dos conteúdos de natureza
subjetiva do sujeito.
A piedade, ao invés da cólera, a indulgência,
ao invés da intemperança, pois o progresso individual, como alertou Kardec, não
consiste somente no desenvolvimento da inteligência, na aquisição de alguns
conhecimentos sobre a vida no mundo espiritual. Para o Espiritismo, o progresso
consiste, principalmente, no melhoramento moral, no progresso que nos conduz
sempre ao bem.
Pessoas espiritualizadas são aquelas
que, entre outras coisas, aprenderam a administrar a sede de consumo, a febre
da ambição, a inveja, o ciúme, o orgulho, o egoísmo e a intolerância,
tornando-se referenciais de benevolência e de equilíbrio espiritual. A
conquista da espiritualidade, indica Kardec, é também a conquista da calma.
A espiritualidade é construída não no
isolamento pessoal, mas no intercâmbio da vida relacional. Não devemos ignorar
que estamos em contato com o Espiritismo, justamente, para esse fim precípuo. O
homem elevado intelectualmente, poderá ainda fazer muito mal, mas o que é
elevado moralmente, apesar de não ter atingido as culminâncias evolutivas,
estará compromissado com a prática do bem. O progresso pessoal tem um fim, uma
utilidade efetiva, com reflexos na vida social. Por isso, asseverou Kardec, em Obras Póstumas, ao escrever sobre o
Credo Espírita: “Vivam os homens animados destes sentimentos e serão tão
felizes quanto se pode na Terra.”
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