segunda-feira, 29 de novembro de 2010

ABRIR UM LIVRO, É...

Vaso revelador retendo o excelso aroma,
Do pensamento a erguer-se esplêndido e bendito,
O Livro é o coração do tempo no infinito,
Em que a ideia imortal se renova e retoma.
Olavo Bilac


Um dos grandes desafios enfrentado pelo nosso país são os chamados “analfabetos funcionais”. Quem seriam? Há quem diga que são milhares e, pior, estão em todos os lugares, em todas as classes sociais, nas universidades, nas escolas de educação básica, na via pública, em nossas casas. Esse é um tipo peculiar de analfabeto... é o analfabeto que sabe ler, escrever e somar, entretanto, quando se trata de “interpretar o que leu” e “escrever com propriedade, expressando com autonomia seu pensamento”, a situação se complica.
Mas, aprender a ler e a escrever não basta? Não. Na dinâmica do mundo pós-moderno a complexidade das relações humanas, cada vez mais, impõe a necessidade do indivíduo situar-se mais plenamente no mundo, desenvolvendo e aprimorando suas capacidades intelectivas que podem ser expressas na tríade: informação-reflexão-expressão. Isso fornece ao indivíduo autonomia de pensamento e de comunicação com o próprio mundo. O analfabeto funcional é uma pessoa limitada em sua capacidade de interpretar a vida. Não que isso seja um “determinismo biológico”, ou coisa parecida, mas representa um potencial que todos possuímos e necessitamos aperfeiçoar.
Vamos, então, direto ao assunto dessa crônica: a importância da leitura. “Conhecereis a verdade e ela vos libertará”, a frase é antiga mas expressa bem o poder do conhecimento: a libertação. A leitura nos permite transformarmo-nos num pássaro, cuja suavidade rompe os grilhões que o prendiam ao solo, para voar na direção dos altiplanos, em profunda sensação de liberdade. Aonde vai o nosso pensamento, vamos nós... Que maravilha o prazer da leitura! A leitura que nos dá informação e nos estimula a reflexão. Mas não é só isso. O hábito da leitura nos vai motivando e aperfeiçoando a escrita.
Quando criança, chamava-me atenção, ao entrar na biblioteca da escola, um cartaz vivamente exposto na parede, onde via-se uma janela aberta e a frase em destaque: “o livro é uma janela para o mundo”. Nunca esqueci dessa frase. Talvez, também, porque o hábito da leitura nos tenha sido passado desde pequeno, através das históricas lidas por minha mãe, estimulando minha imaginação, reflexão e instigando minha curiosidade.
Quantas coisas temos a aprender? Como vasto ou infinito é, graças a Deus, o conhecimento... Abrir um livro, é gozar de um prazer transcendente e inesperado, a cada virar de página. Abrir um livro, é sentir o pulsar da vida adentrando no nosso ser, e dilatando os nossos horizontes. Abrir um livro, é perceber que o mundo tem jeito. Abrir um livro, é nos defrontarmos com nossa própria ignorância e, nesse confronto, vencê-la, um pouco mais, a cada nova página lida. Abrir um livro, é descobrirmos o nosso valor como humanidade, descobrindo o “outro” com suas virtudes e limitações. Abrir um livro, é ter um êxtase, é sentir uma sensação indescritível, própria dos amantes. Enfim, abrir um livro é a forma mais barata de viajar pelo mundo, pelas diversas culturas e saberes, com a vantagem de que podemos voltar no tempo ou atingirmos o futuro.
O livro é o amigo silencioso e incondicional. A leitura – e por extensão o livro como gênero de primeira necessidade – é a via segura para a superação: do analfabetismo funcional, da melancolia, das drogas, da violência, do desamor, da ignorância... Amigo leitor, qual é mesmo o livro que você está lendo?

25ª Feira do Livro de Osório
29/11 a 05/12/10
Largo dos Estudantes Sônia Chemale

9º Encontro dos Escritores do Litoral Norte
6ª Festa da Leitura
3º concurso Catavento Literário

Realização: Secretaria Municipal da Cultura
Prefeitur de Osório

2 comentários:

  1. Lindo texto! Além do prazer que a caminhada literária nos proporciona, a gente "se lê", em cada leitura. E quem possui sensibilidade para isso, pode desvendar a si mesmo. E transformar cada dia mais seu mundo, sua história. Um forte abraço!

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  2. Valeu, querida! Um abraço muito fraterno.
    Jerri Almeida

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