Compõem-se, as nossas amizades reais, da aproximação, na atual existência, de espíritos com quem em nosso passado histórico de vivências reencarnatórias, contraimos laços verdadeiros de afetividade. Hoje, sob o véu do esquecimento temporário, nos identificamos por um sentimento de atração e simpatia, passando a vivenciar a “preciosa conquista”.
O amigo auxilia sempre, incondicionalmente, sem ser conivente com o erro. É aquele que motiva, que ampara, que sabe dizer “não” quando para o bem do outro.
Afirma um ditado popular, com certa razão, que o que mantém o casamento é a amizade.
O psicólogo Leo Buscaglia cita uma entrevista “com um casal que conseguiu viver junto e se amando durante sessenta anos. O marido, com um amplo sorriso e um brilho nos olhos, disse que ela (sua esposa) era a sua ‘melhor amiga’.” Esse princípio é confirmado por André Luiz, no livro “Entre a Terra e o Céu”, onde afirma-se: “ A amizade pura é a verdadeira garantia da ventura conjugal. Sem os alicerces da comunhão fraterna e do respeito mútuo, o casamento cedo se transforma em pesada algema de forçados do cárcere social.”
A convivência, na amizade, é um “compartilhar” de talentos e limitações regados pela honestidade de sentimentos. Como diz Buscaglia: “mostramos, em atitudes, que admiramos e respeitamos um ao outro, e que gostamos da oportunidade de estar juntos e de partilhar as experiências”.
A amizade e as relações sociais produzem reações químicas no organismo. Estudos científicos desenvolvidos por pesquisadores de diversas Universidades, evidenciam que as interações sociais e as relações de amizade trazem inúmeros benefícios à saúde física e mental do ser humano.
Desde 1979, cientistas acompanharam aproximadamente 5 mil moradores do Condado de Alameda, na Califórnia (EUA), e descobriram que as pessoas que possuíam o maior número de relacionamentos sociais demonstravam uma saúde mais equilibrada do que o grupo de pessoas que mantinha menos relações de convivialidade. O Dr. Ronald Glaser, imunologista da Universidade Estadual de Ohio, chegou a afirmar que: “Uma das piores punições que se pode aplicar a alguém é isolá-lo”. Ele e sua esposa, a psicóloga Janice K. Glaser, estudaram 69 pessoas que possuíam um cônjuge com Alzheimer. Os pesquisadores constataram que aquelas pessoas que, no início da pesquisa, demonstravam possuir uma convivência harmonizada, ao término de um ano, apresentavam resposta imunológicas mais satisfatórias, em comparação àquelas que não se relacionavam tão harmoniosamente.
Estudos da Universidade de Yale, com 194 vítimas de ataques cardíacos, sugerem como as relações sociais contribuem na recuperação de doentes. Com o suporte emocional da amizade, as pessoas têm a probabilidade de viver mais, em relação aos que carecem desse apoio. Em outra pesquisa realizada na Carnegie Mellon University, pesquisadores, após injetar o vírus da gripe em 276 voluntários, concluíram que aqueles indivíduos que possuíam um círculo de amizade mais estável, apresentavam mais resistência imunológica ao contágio da gripe.
As pessoas que possuem amigos e um leque de relações afetivas, também demonstram-se menos propensas a sofrer de depressão, ansiedade e outros distúrbios psicológicos. Segundo a epidemiologista Teresa Seeman: “Nosso organismo é sensível a toda uma gama de laços sociais”. Chega-se a considerar que a fisiologia de determinadas patologias podem ser influenciadas pela dinâmica (presença/ausência) da convivência. Amizades com conteúdos de satisfação e prazer geram um estado mental que desencadeia o fortalecimento do próprio sistema imunológico da pessoa.
Cientistas da Universidade de Pittsburgh descobriram que indivíduos que executam tarefas estressantes, ao lado de um amigo, têm a probabilidade de diminuir a elevação de seus batimentos cardíacos e de sua pressão arterial.
Conviver em harmonia faz bem para a estrutura psico-fisiológica e espiritual do ser humano. Da mesma forma, relacionamentos onde figuram a hostilidade, o mal-querer, o ciúme patológico, a ingratidão... terminam fragilizando o nosso sistema imunológico, abrindo campo para a instalação de doenças de natureza múltipla.
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Cada vez mais a teoria das redes sociais (não confundir com internet!) vem confirmando o estudo dos cientistas americanos. Mas não somente na saúde essas redes são importantes; no aprendizado também as redes desempenham um papel muito importante. hoje já se sabe que quanto maior o numero e a qualidade dos contatos que estabelecemos maior será a nossa possibilidade de aprender. Uma pena é que no movimento espírita ainda encontremos dificuldades inúmeras para abordar tais questões. O aprendizado em rede seria uma importante ferramenta para a ampliação da consciência espírita, da propagação dos valores espíritas na sociedade materialista atual e, muito mais ainda, para a unificação real, verdadeira, do movimento em torno das proposta da Doutrina.
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